Publicado originalmente no site G1 PR, em 07/01/2017.
De férias no nordeste, curitibana vê a própria foto em
carrinho de crepe.
Ambulante que trabalha no Rio Grande do Norte pegou a foto
na internet.
'Quase que eu não acreditei, mas ela ficou rindo', disse
ambulante.
Bibiana Dionísio
Do G1 PR.
Férias, praia, mar, aquela preguiça gostosa na areia e uma
surpresa. Enquanto aproveitava os dias de folga a três mil quilômetros de casa,
na Praia de Ponta Negra, no Rio Grande do Norte, a jornalista Francielly
Azevedo, que mora em Curitiba, se deparou com a própria foto estampada em um
carrinho de crepe."Eu levantei e falei: sou eu, moço. Sou eu, e ele não
acreditou", contou a jornalista.
O carrinho de crepe francês é o sustento do ambulante João
Batista de Mendonça, de 36 anos. Desde 2000, ele trabalha na praia.
Aleatoriamente, ele fez uma pesquisa na internet por "crepe francês
mulher" e encontrou a foto da jornalista. Sem hesitar, decidiu colocar a
foto para ajudar nas vendas na beira da praia.
Batista nem se importou com o fato do "figurino da
modelo" estar destoante do cenário das vendas – blazer, blusa de lã e
camisa.
A imagem foi postada pela própria jornalista, no Facebook,
em 2013. Na ocasião, ela fez um registro de um dia de trabalho em meio à
produção de uma reportagem para um programa de culinária na emissora em que
trabalha.
"Era mais uma reportagem, mas um dia legal. Eu achei
legal o formato do crepe francês, porque a gente está mais acostumado com o
crepe suíço, e fiz a foto", lembrou.
A coincidência chamou a atenção da jornalista e também dos
amigos que acompanharam a história pelas redes sociais. "Eu estava
deitada, veio um rapaz me oferecer um crepe e eu falei que não queira. Eu
levantei, sentei e o carrinho estava estacionado exatamente na frente da minha
espreguiçadeira. Isso que eu achei mais louco, a coincidência. Mais de três mil
quilômetros, eu sair de Curitiba e achar minha foto no carrinho de crepe".
'Sou eu mesma'.
No momento em que se deparou com o carrinho de crepe,
Francielly não conseguiu convencer o ambulante que era ela na foto. Afinal, a
fotografia é de 2013. Naquela época, a jornalista estava ruiva e sem bronzeado
algum, típico para os moradores de Curitiba.
Hoje, a jornalista está loira e, como dizem, com a cor do
verão conquistada após 15 dias de sol no Rio Grande de Norte. "Eu tentei
explicar para ele, mas ele não acreditou. Ele dizia que não era eu, e eu dizia
que sim, mostrei a pinta no rosto e tudo".
O ambulante só acreditou que de fato estava na frente da
"modelo" quando ela disse, sem olhar, o que estava escrito no cordão
do crachá que aparece na foto.
A coincidência não saiu da cabeça da jornalista, que queria
encontrar o ambulante novamente para poder tirar uma foto do lado do carrinho e
contar para os amigos. "Eu pensava: meus amigos não vão acreditar na hora
que eu contar essa história".
"Andei a orla toda e não o encontrei. Quando eu o
avistei, saí correndo atrás do carrinho, e ele saiu correndo também. Eu
correndo atrás dele, e ele correndo de mim porque ele achou que ia chamar a
polícia, ia fazer alguma retaliação", contou aos risos a jornalista.
Mais calmo, o ambulante entendeu que Francielly não tinha
intenção de chamar a polícia e que havia achado graça da coincidência.
"Ele acabou me dando uns quatro crepes. Vendi o direito de imagem por
quatro crepes", brincou.
"Fama".
Passado o susto, Batista disse ao G1 que, agora que tem a
autorização de Fancielly, não vai substituir a foto. “Não vou tirar, não. Vou é
ficar famoso!”, brincou. Batista conta que a concorrência na praia é grande,
mas ele consegue vender de 50 a 60 crepes por dia.
Antes, o carrinho tinha a imagem do crepe, mas as pessoas
tinham dúvidas de como comer.
"Eu vi a foto na internet, eu pedi para o rapaz que
trabalha com adesivo colocar uma foto de uma mulher segurando um crepe. Eu nem
conhecia ela, e hoje está nas redes sociais".
Batista conta que quase não acreditou que estava cara a cara
com Francielly.
"Quase que eu não acreditei, mas ela ficou rindo. Eu
pensei que ela ia ficar endiabrada comigo, mas ela disse que não e perguntou se
não tinha uma foto mais bonita. Eu disse que não, era só aquela mesmo",
lembrou o ambulante.
Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com/pr/parana
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